quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

sábado, 24 de janeiro de 2009

É peso, é quilo, mamo na teta!

É peso, é quilo, mamo na teta!
Mas não sou perneta
Nem tenho partido
É bem verdade que a esquerda brasileira tem se remodelado nos anos pós ditadura militar se mascarando na a arte do ser pacífico, de se manter calada ou de dizer poucas palavras de ação. Essa é a publicidade que envolve todos e todas num discurso de participação e de desenvolvimento social. Os programas governamentais cada vez mais respondem ou calam a boca dos oprimidos e dão a sensação da presença do Estado Popular. As cifras de milhões em gastos com infra-estrutura são vistas nos outdoors das novas passarelas que ligam o público aos grandes empreendimentos empresariais, outros outdoors nos informam da erradicação de doenças no campo, do crescimento industrial e do cacete de Berneval.
Mas isso é comum né. É natural que o Estado se mostre como o tal, como o bom, o realizador, o protetor das nossas economias. Você se senti seguro, eu, minha irmã, minha mamãe e papi também.
Certa vez numa oficina de educomunicação para professores que estavam muito instigados a falar da coisa pública, da escola e seus processos de gestão, mediando os conflitos e falas, entrei na seara da Secretaria de Educação do Município, da verticalização do MEC e de repente eu falava para a assessora da secretaria e ela concordava, balançando a cabeça. Depois numa reunião do projeto, ouvi alguém dizer, que as vezes se fala muito e as pessoas não tão afim disso, mas sim de fazer coisas práticas. Fiquei surpreso, pois os professores avaliaram muito bem as oficinas em que mediei, diferente de outras oficinas do mesmo projeto. Daí percebi a violência simbólica e discursiva em que estava me envolvendo. Não poderia deixar de ser diferente me excluíram e me auto excluir deste trabalho.
Assim como o estado, as instituições e pessoas que mamam em suas tetas perpetuam o ato da auto manutenção de poder e violentam de formas exclusas àqueles que chegam com um discurso diferente, que criticam e vem propor algo efetivamente participativo, eminentemente nas bases da autogestão, do compromisso coletivo e ideais libertários. O discurso daqueles que aí estão no poder é tangencial, se configura nos bastidores, nas portas fechadas e quando saem às vistas, se dizem portadoras de irradiantes energias de felicidade, de paz e harmonia. São seres de natureza elevada, comprometidas e que se destacam no que fazem e ainda dizem que sofrem, pelos baixos salários dados aos servidores ou funcionários ou parceiros ou colaboradores ou empregados de suas instituições.
Como a mamadeira fica cada vez mais seca, as intuições e pessoas se profissionalizam e fazem um grande marketing de si mesmas esperando a hora de mamar mais. Bebês grandes, alguns barbudos como eu, também choram, pois como diz o velho ditado “quem não chora não mama”, alguns inclusive mamam até sangrar e continuam esperneando. A mama de leite muito agoniada com seus pequenos e gordos filhos, tenta guardar um pouco para aqueles que pouco mamam, pois sequer têm forças para puxar o soro. Daí acontecem os editais mais populares onde esqueléticos conseguem pequenos recursos, porém extremamente importantes para as suas ações, e terminam sobrevivendo doando força e amor aos outros esqueléticos que já não mamam, mas crescem em infernal realidade de vida.
Herbert da Silva

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Oficina de leitores mirins




Aconteceu nessa semana, de 20 a 22 de janeiro de 2009, a oficina de leitores D. Quixote no espaço da biblioteca comunitária Prof. José Oiticica do ISVA, com a participação da garotada do bairro de Valéria, a estagiária de artes da UFBA, Marcela de Souza trabalhou esses três dias contando histórias, fazendo desenhos, ilustrações, incentivando o hábito de leitura com os meninos e meninas e o contato com a natureza. Alguns momentos da oficina.



terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Liberdade sem medo

Publicamos com destaque os 3 comentários enviados para o blog do Isva sobre a escola de Summerhill e acrescentamos mais um retirado do livro, “Minha luta pela liberdade no ensino”, autobiografia de Neil, editado pela IBRASA em 1975.

“Um visitante pediu-me que explicasse a diferença entre Summerhill e uma escola Montessori. Minha resposta foi: ‘uma criança pode dizer foda-se em Summerhill, mas não em uma escola Montessori’. Enquanto pais e professores insistirem em formar o caráter da criança, nem toda a atividade livre do mundo produzirá gente livre”. (Neil, 1975, p. 324)

Escola Summerhill

Summerhill é uma escola inglesa, fundada em 1921 por Alexander Sutherland Neill (Escócia, 1883 - 1973). É uma das pioneiras dentro do movimento das escolas democráticas. Atende crianças do ensino fundamental e do ensino médio. Atualmente a diretora é a filha de Neill, Zoe Readhead.
Uma escola democrática é caracterizada por dois princípios básicos: a possibilidade de os alunos escolherem se querem ou não assistir as aulas e a dinâmica de assembléias, onde todos participam, para decidir as normas da escola.
Summerhill se destaca por defender que as crianças aprendem melhor se livres dos instrumentos de coerção e repressão usados pela grande maioria das escolas. Todas as aulas são opcionais, os alunos podem escolher as que desejam freqüentar e as que não desejam. Neill fundou a escola acreditando que "uma criança deve viver sua própria vida - não uma vida que seus pais acreditem que ela deva viver, não uma vida decidida por um educador que supõe saber o que é melhor para a criança."
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
uma voz dissonante neste mundo do 'sim, senhor!',
Alexander Sutherland Neill:

"Eu converti uma escola rígida num playground, e adorei. Esses meninos tiveram um ano de felicidade e liberdade. Eles fizeram o que quiseram; eles cantaram suas canções enquanto produziam gráficos, eles comeram seus doces enquanto liam seus livros, eles se penduravam em meus braços quando nós passeávamos em busca de recantos artísticos”
e tem mais de Alexander Sutherland Neill:

"Os livros são o material menos importante da escola. Tudo que a criança precisa aprender é ler, escrever e contar. O resto deveria compor-se de ferramentas, argila, esporte, teatro, pintura e liberdade""

domingo, 18 de janeiro de 2009




Projeto do ISVA foi selecionado pelo MINC


Nosso projeto "Educação para a sustentabilidade, para também gostar de ler" foi selecionado pelo Ministério da Cutlura, através do Programa Mais Cultura e da Coordenação-geral de Livro e Leitura, no I Concurso Pontos de Leitura 2008 – Edição Machado de Assis. A partir de agora, a nossa iniciativa é reconhecida pelo governo federal como Ponto de Leitura e passará a fazer parte da Rede Biblioteca Viva – plataforma virtual de acompanhamento, interlocução e interação das iniciativas de livro e leitura por todo o Brasil.

Por esse prêmio estaremos recebendo um Kit composto de: no mínimo de 500 exemplares de material bibliográfico, distribuídos em: 50% de obras de ficção, 25% de obras de não-ficção e 25% de referência. 01 computador PC, 01 no-break, 01 impressora e um mobiliário básico formado por um tapete emborrachado, 02 almofadas, 03 puffs, 02 estantes, 01 mesa e 01 cadeira giratória. Esse prêmio irá permitir ampliar nossas ações com a s crianças do bairro.

O trabalho da biblioteca comunitária José Oiticica é realizado por equipes informais de voluntários do próprio bairro de Valéria e professores e alunos da UNEB e UFBA. O ISVA desenvolve uma metodologia participativa, ecológica e autogestionária, com pesquisas em ecopedagogia e agroecologia, dispõe na biblioteca de um acervo de livros nessa temática, como também, literatura infantil, jovens e adultos. Além disso o ISVA formou um grupo de teatro com base no teatro do oprimido e o cineclube.



Oficina de formação de leitores no ISVA







Terá início na próxima terça-feira, 20 de janeiro, às 9:00h, a oficina formação de leitores D. Quixote. Nesse dia, participarão crianças com até 9 anos de idade; na quarta, as crianças de 9 a 13 anos e, na quinta-feira, os adolescntes acima de 13 anos. Coordena os trabalhos Marcela de Souza, estagiária da UFBA, realizando atividades com cartolina, lápis cera, celofane, tinta guache e livros infantis, com o objetivo de estimular as crianças a conhecer o mundo da literatura. O trabalho de Marcela vem dando bons resultados não só na organização do acervo da biblioteca comunitária Prof. José Oiticica, como no cuidado com a formação do hábito de leitura das crianças do bairro.




Centro Studi Libertari - Archivio Giuseppe Pinelli

Centro Studi Libertari - Archivio Giuseppe Pinelli

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Convite: oficina de leitura Dom Quixote



O Instituto Socioambiental de Valéria e a Universidade Federal da Bahia através do projeto: Oficina de Formação de Leitores Dom Quixote, realizará na Biblioteca Comunitária Professor José Oiticica do bairro de Valéria diversas atividades lúdicas para crianças e adolescentes do bairro.

O principal objetivo é fazer com que todas (os) comecem a entender que a criança é o elo mais fraco e exposto da sociedade. Se um país é uma árvore, a criança é um fruto e está para o progresso social e econômico como a semente para a plantação. Nenhuma nação consegue progredir sem investir numa educação libertária e libertadora, o que significa investir na infância. Por um motivo bem simples, ninguém planta nada se não tiver uma semente. Por isso lance agora a sua semente

Venha e participe!

Dias: Terça, quarta e quinta

horário: a partir das 9:30 da manhã

Local: Instituto Socioambiental de Valéria (ISVA)

Biblioteca Comunitária Professor José Oiticica

sábado, 10 de janeiro de 2009

Experiências Libertárias e teorias anarquistas


CODELLO, Francesco. "A boa educação": experiências libertárias e teorias anarquistas na Europa, de Godwin a Neil. Vol. 1: A teoria. Tradução Silene Cardoso. São Paulo: Imaginário: Ícone, 2007. 416p.

"O trabalho de Codello é, sem dúvida, o mais importante e mais completo que a historiografia sobre educacionismo anarquista e libertário possa, até este momento, mostrar com orgulho, tanto em nível italiano quanto internacional. Em sentido mais geral, esta obra assinala um grande resultado da historiografia sobre anarquismo, premiando, de forma justa, um trabalho de anos de pesquisa e reflexão" GIAMPIETRO BERTI.

Francesco Codello, diretor escolar em Treviso, há muitos anos engajado na pesquisa histórica-educativa, é autor de numerosos artigos e ensaios que podem ser encontrados em diversas revistas. Promotor do IDEN (International Democratic Education Network), na Itália, e redator da revista Libertaria. Publicou também as obras Educazione e Anarchismo. L'idea educativa nel movimento anarchico italiano (1900-1926), Ferrara, 1995 e Vaso, creta o fiore? - Né riempire, né plasmare ma educare, Lugano 2005.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Oficina de Leitores Dom Quixote


Faltam estantes para os livros da Biblioteca Comunitária José Oiticica (BCJO)
A biblioteca central da UFBA através da diretora dos sistemas de bibliotecas Maria das Graças M. Ribeiro e Fernanda Maria Gonçalves Almeida coordenadora da Oficina de Formação de Leitores Dom Quixote desenvolvem um programa de extensão visando a ampliação da rede de leitores comunitários. Esse trabalho começou a ser desenvolvido agora na biblioteca comunitária José Oiticica do ISVA, com a alocação de uma estagiária Marcela de Souza, durante o mês de janeiro, com uma carga horária de 20 horas semanais. Marcela começou a estagiar no dia 5 de janeiro e já fez uma pequena organização do acervo, amanhã deverá ir com mais duas colegas para ajudá-la na organização dos livros. Solicitamos apoio urgente, pois necessitmaos de mais estantes, pois estamos com uma quantidade grande de livros e as estantes que temos são insuficientes.

Curso de Teatro do Oprimid@ para todas as idades

Fotos do primeiro dia do curso. Muita concentração, reflexão e práticas contra a opressão nossa de cada dia.
















domingo, 4 de janeiro de 2009

Curso de Teatro do Oprimid@


primeira reunião para a organização do curso de teatro do oprimido


No sábado, dia 3 de janeiro de 2009, foi realizada a primeira reunião para organização do curso de Teatro do Oprimido (a) Libertário (TOL), coordenado por Maira Monteiro e Rodrigo Mortari do COLETIVO LIBERTÁRIO "LUTANDO PELA GÊNEROLIZAÇÃO DA LIBERDADE". Participaram jovens, adultos e o o pessoal mais idoso (acima dos 70), além de visitantes do grupo Terra Livre de São Paulo. Rodrigo e Maira apresentaram a proposta do curso de teatro do oprimido adaptado para as concepções libertárias. Nessa reunião ficou definido que o curso iniciará no próximo dia 5 de janeiro às 14:00 horas até o dia 25 de janeiro, todos os dias, com duas horas em média de ensaio. No dia 25 será apresentada uma peça elaborada pelos próprios participantes sendo o final do espetáculo decidido pelos que estão assistindo.

O coletivo organiza suas ações em três eixos, Educação, Arte, Ação Direta.
EDUCAÇÃO
Nessa área pretendemos desenvolver um conhecimento interdisciplinar. Com as crianças desenvolver histórias infanto-juvenis baseadas em princípios libertários. Com os jovens e adultos incentivar uma troca de conhecimentos sobre a história de luta dos movimentos sociais e a conjuntura social/política, local e mundial, sempre pontuando a importância do não autoritarismo, do não machismo, e da não hierarquia dentro das organizações. Com todas as idades incentivar a discussão e a prática de formas alternativas de agricultura e criação de animais, baseadas na sustentabilidade, na alimentação saudável e no respeito à natureza e aos animais;
ARTE
Nessa área com jovens e adultos pretendemos trabalhar o Teatro da/o Oprimida/oo Libertário (TOL) resgatando a maneira de teatro/propaganda realizado pelos anarquistas e militantes de esquerda nas épocas passadas, com o objetivo de aguçar a sensibilidade para reconhecer e mudar as opressões locais e globais, enfim mostrar que o teatro também é um instrumento de luta. Com as crianças desenvolver oficinas de construção de brinquedos e utensílios práticos com os materiais recicláveis, ao mesmo tempo despertar uma consciência critica ao consumismo e a reutilização dos resíduos produzidos.
AÇÃO DIRETA
Nessa área acreditamos que devemos quando puder fazer ações conjuntas com os movimentos sociais, é claro, quando essas ações não forem opostas aos princípios do CLLGL, quando isso ocorrer o coletivo fará ações independentes, dessa forma respeitando os princípios de autonomia de organização.
Entendemos como inimigos do CLLGL e do povo pobre o ESTADO, os CAPITALISTAS, e todas as pessoas que detêm o PODER em relação às outras.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Por uma escola autogestionária e anti-autoritária

Em 2009, o ISVA pretende continuar sua caminhada em defesa de uma escola livre, sem preconceitos, sem autoritarismo ou quaisquer tipos de pressão sobre as pessoas.
Através da biblioteca comunitária José Oiticica, promoverá atividades de incentivo à leitura, lúdicas, educativas, que visem à conscientização das crianças, jovens e adultos que participam de suas atividades, na defesa de uma sociedade mais justa e na preservação do meio ambiente.
As atividades de teatro e o cineclube continuarão, esperando contribuir com as artes no bairro de Valéria.
Novos encontros com estudantes das escolas públicas para estimular o interesse pelo meio ambiente, envolvendo-os em atividades práticas e o contato com a natureza.
A luta pela preservação do Parque São Bartolomeu e de todas as áreas verdes da cidade de Salvador, como, a área da bacia do rio Coruripe no bairro da Palestina, a da bacia do rio do Prata na Mata Escura entre tantas outras serão alvo de intensas ações desenvolvidas pelo ISVA.
Feiras de artesanato, ecológicas e de livros continuarão acontecendo, estimulando as atividades práticas autogestionárias, as oficinas eco-produtivas, as trocas e o comércio solidário.
Esperamos em 2009, conseguir reformar as nossas instalações da escola e biblioteca e as nossas áreas de plantio para oferecer um ambiente mais adequado e propício às atividades práticas e intelectuais.
Uma das nossas novas propostas para 2009 consiste em criar um eco-museu, isto é, um espaço destinado a apresentar experiências tradicionais e atuais que sejam ou tenham sido criadas para a preservação e o uso racional dos recursos, como forma de manter o equilíbrio vital do planeta.
Nesse sentido, um feliz 2009 para todos aqueles que colaboraram para a justiça social, a preservação ambiental e a solidariedade.